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Still Corners e a psicodelia assombrada de “Creatures of an Hour”

Fernando Kaida

Com a velocidade em que bandas novas aparecem atualmente, quando poucos meses se passam dos primeiros ensaios ao disco de estreia, o Still Corners já se destaca por sua trajetória .

A banda inglesa levou cerca de três anos para chegar a ''Creatures of an Hour'', lançado agora pela Sub Pop. O tempo percorrido entre o EP independente ''Remember Pepper'', de 2008, e o primeiro álbum serviu para o grupo se aprofundar nas influências e aprimorar suas canções que misturam a psicodelia sessentista com climas cinematográficos.

Nas dez faixas de ''Creatures of an Hour'', o Still Corners criou uma trilha sonora para imagens pertencentes ao passado, como se embaçadas por uma névoa que permeia todo o disco. A cantora Tessa Murray soa como um fantasma sussurrando em seu ouvido, sem deixar claro de onde vem, e os teclados e reverberações da gravação completam o clima que é ao mesmo tempo envolvente e assombrado.

Canções como ''Cuckoo'', ''Endless Summer'' e ''I Wrote in Blood'' são como o encontro do Broadcast com as composições de Ennio Morricone, cantoras francesas dos anos 60 –como Brigitte Fontaine– e os climas de ''Twin Peaks''. Assustadoramente imperdível.

 

Uma edição limitada de ''Creatures of an Hour'', vendida na loja inglesa de discos Rough Trade, traz um disco extra compilado pelo integrante Greg Hughes. O disco traz faixas de artistas que servem de inspiração para a banda, como Breakout, Caribou, New Order e Laetitia Sadier, entre outros. Ouça a seleção no player abaixo.

 

Clipe de ''Cuckoo''