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Arquivo : janeiro 2012

Various Cruelties se prepara para dominar o ano
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Fernando Kaida

Depois de lançar dois bons singles no ano passado, o Various Cruelties está entre os nomes para se acompanhar de perto nos próximos meses.

O grupo lançou em janeiro o terceiro single, com as canções “Great Unknown” e “Chemicals”. Além de disponíveis em versão digital, as faixas também estão em um compacto limitado em vinil, assim como foram os lançamentos anteriores.

“Great Unknown” traz a banda com um som mais encorpado, bem produzido e radiofônico do que nas primeiras canções, e já valeu ao Various Cruelties uma participação no programa de TV do apresentador inglês Jools Holland. Com um contrato recém-assinado com a major Universal, é de se esperar que vamos ouvir bastante o nome do grupo por aí assim que o primeiro álbum estiver nas ruas.


Mark Lanegan retorna com sua banda
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Fernando Kaida

Desde que lançou o disco “Bubblegum”, em 2004, Mark Lanegan esteve ocupado trabalhando com outros projetos, como a parceria com a ex-Belle & Sebastian Isobel Campbell e o grupo Gutter Twins, ao lado de Greg Dulli. Além disso, participou como convidado de álbuns do Queens of The Stone Age, Soulsavers e UNKLE, entre outros.

Agora, o fundador do Screaming Trees lançará no começo de fevereiro mais um disco da Mark Lanegan Band, “Blues Funeral”. O primeiro single do disco é a canção “The Gravedigger’s Song”, que pode ser baixada de graça no site da banda.

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No lado B foi incluída uma versão nova de “Burning Jacob’s Ladder”. A música apareceu originalmente em um trailer de um video game, no começo de 2011.

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Batida revela Julio Iglesias infiltrado entre espiões e funk
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Fernando Kaida

Não é o tipo de artista que costuma aparecer por aqui, mas estou há dias com essa música na cabeça, desde que a ouvi no filme “O Espião Que Sabia Demais”.

Julio Iglesias cantando “La Mer, composição dos anos 1940 de Charles Trenet. A música faz parte do disco ao vivo no Olympia de Paris, lançado pelo espanhol em 1976, e tem batida funk, com teclados de churrascaria e sopros de soul. Bem parecida com produções da mesma época na música brasileira, especialmente da fase de influência black de Roberto Carlos.

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Tudo o que conheço de Iglesias se resume à imagem do cantor romântico meio canastrão sempre exibida por aqui na década de 1980, e jamais havia procurado qualquer música gravada por ele em anos anteriores. “La Mer” mudou isso. Aproveite Julio Iglesias e não deixe de ver “O Espião Que Sabia Demais”, cuja trilha instrumental concorre ao Oscar deste ano.

A música também é famosa na versão jazzística em inglês, a mais conhecida na voz de Bobby Darin, intitulada “Beyond The Sea”.


Diagrams é indie sem medo de ser pop
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Fernando Kaida

Sam Genders, líder do Tunng, deixa de lado a mistura de folk e eletrônica intimista da banda para abraçar o pop escancarado na estreia de seu projeto Diagrams.

O disco “Black Light” foi lançado no começo do mês e já figura entre meus favoritos deste começo de ano. As canções reúnem loops eletrônicos, melodias grudentas, algumas batidas dançantes, efeitos quase infantis de sintetizadores e instrumentos acústicos. Tudo permeado por uma leve queda pela experimentação.

Algumas das músicas me fazem lembrar das produções de Gruff Rhys fora do Super Furry Animals, especialmente pelo vocal semelhante dos dois cantores. “Black Light” tem ainda algo de Tom Vek ou mesmo Hot Chip em faixas que variam de ritmo e clima.

As nove canções passam pelo pop singelo e contemplativo de “Ghost Lit”, pelo indie rock quebrado de “Appetite” e “Antelope”, e pela eletrônica dançante de “Tall Buildings”. Uma das minhas favoritas atualmente é a que dá nome ao disco, com o refrão perfeito para cantar junto e uma levada que remete a The Cure.


Dois covers, três remixes e as originais
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Fernando Kaida

Um post rápido e simples com dois covers e três remixes que tenho ouvido nos últimos dias. Coloco as versões e as originais lado a lado para que vocês possam comparar e ver qual delas preferem.

Primeiro é um cover gravado há alguns anos, mas que redescobri recentemente. O grande grupo inglês de indie pop Wedding Present interpreta o hit de 1975 de Steve Harley e Cockney Rebels “Make me Smile (Come Up and See Me)”.

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Aqui, uma faixa do lançamento “Tabla Rock”, álbum no qual o músico inglês Shawn Lee reinterpreta com instrumentos da música indiana o cultuado disco de funk “Bongo Rock”, lançado em 1972 pelo Michael Viner’s Incredible Bongo Band. O álbum original teve diversos trechos sampleados por DJ de rap, especialmente a faixa “Apache”.

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Outra novidade é o remix do UNKLE para “Let The Lord Shine a Light on Me”, canção incluída no lado B do single “AKA…What a Life!”, do Noel Gallagher’s High Flying Birds.

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Agora, meu single favorito do ano passado, “I Wanna Be Your Man”, de Willy Moon, ganha roupagem pisteira pelas mãos do produtor Drop The Lime.

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Para finalizar, a versão do projeto DirtyTwo para “Moody”, clássico do repertório do ESG, influente grupo de Nova York do começo dos anos 1980.

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Woman’s Hour faz boa estreia com afropop e eletrônica climática em single
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Fernando Kaida

O grupo novo Woman’s Hour busca referências em nomes que têm uma carreira bem pouco mais longa que a desse quarteto inglês. Pelo menos é o que mostra o single de estreia, com as canções “Jenni” e “Human”.

A primeira é um indie pop com guitarras e harmonias influênciadas pelo afropop. Lembra um pouco de Vampire Weekend, Fool’s Gold e Wild Beasts (o produtor do single,  Richard Formby, é o mesmo dessa última banda citada).

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“Human”, no lado B, evoca a eletrônica climática e panorâmica do The xx, com batidas espaçadas, guitarras contidas e baixo que dá o ritmo marcado. Um destaque nas duas canções é a voz suave da cantora Fiona Burgess.

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Se você procura algo muito original, provavelmente vai se decepcionar, mas se quer apenas duas canções frescas e agradáveis, a estreia do Woman’s Hour pode surpreender você.


Ícone country e pop, Dolly Parton faz aniversário
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Fernando Kaida

Nesta quinta-feira completam-se 30 anos da morte de Elis Regina, e Nara Leão faria 70 anos. Mas o dia também é de outra grande cantora, que no Brasil, infelizmente, é conhecida apenas por sua imagem kitsch e exagerada, divulgada aqui por meio de filmes dos anos 1980, entre eles  “Como Eliminar Seu Chefe”. Dolly Parton, um dos principais nomes do country e pop norte-americanos nas últimas cinco décadas, faz 66 anos hoje.

Ouça discos de Dolly Parton na Rádio UOL.

Parton foi a primeira cantora e fazer a transição, na década de 1970, entre a música tradicional norte-americana e as paradas pop, e segue ativa ainda hoje como compositora, cantora e atriz. Lançou no ano passado o disco “Better Day” e, em 2012, volta ao cinema depois de quase 20 anos, com o filme “Joyful Noise”, ao lado de Queen Latifah.

Considero a cantora tão importante quanto outros nomes pioneiros do country que são mais cultuados hoje, como Johnny Cash, para citar um exemplo de artista que renovou o público no fim da carreira. Mas a figura extravagante de Dolly, com maquiagem carregada, cabelos loiríssimos, plásticas diversas, cintura fina e saias e vestidos curtos, faz com que boa parte do público a veja hoje como uma senhora bem-humorada e excêntrica, apenas. O que é uma pena, pois Parton é dona de uma obra valiosa que merece ser conhecida. Tanto que em 2011 recebeu um Grammy por sua contribuição à música.

A influência da cantora está nos mais diversos estilos da música pop, e mesmo o público brasileiro pode conhecer alguns de seus maiores sucessos, ainda que em versões de outros artistas. “Jolene”, uma de suas canções mais famosas, já foi gravada pelo grupo de rock gótico The Sisters of Mercy e pela dupla The White Stripes. E um dos maiores hits de Whitney Houston, “I Will Always Love You”, também é criação da norte-americana nascida em 1946, no Tennessee.

Dolly Parton começou a carreira ainda criança, e gravou o primeiro compacto aos 13 anos de idade. Desde cedo também compôs para outros artistas, o que lhe rendeu alguns de seus sucessos iniciais. Sua primeira gravação a entrar na parada country foi “Dumb Blonde”, que, apesar do título, mostrou nos anos seguintes que de burra não tinha nada.

No final da década de 60, passou a se apresentar regularmente no programa de TV do astro country Porter Wagoner, o que ajudou a popularizar a imagem e nome da cantora. Durante anos, os dois lançaram diversos singles e álbuns de sucesso.

O primeiro single solo a atingir o primeiro lugar na parada country foi “Joshua”, em 1971. A partir daí, Parton gravou diversos hits, como “Coat of Many Colours”, que fala sobre a infância pobre ao lado de 12 irmãos, e as já citadas “Jolene” e “I Will Always Love You”. Foi nos anos 70 que apareceu a transição para o pop e o sucesso de maior alcance, graças a singles como “Here You Come Again” e o flerte com a disco music em “Baby I’m Burning” e “I Wanna Fall in Love”.

Na década seguinte, Dolly Parton já era uma das cantoras mais populares dos Estados Unidos, com hits como “9 to 5” e o dueto com Kenny Rodgers em “Islands in The Stream” –canção composta pelos Bee Gees. Além disso, estrelou filmes de sucesso ao lado de atores famosos na época, como Burt Reynolds, Jane Fonda e Sylvester Stallone.

Apesar de todo o sucesso, nos anos 90 Dolly viu aumentar o desinteresse por parte do público jovem pelos artistas tradicionais do country, cujas paradas começavam a ser dominadas por nomes que modernizavam o estilo, mas a cantora continuou a gravar nos anos seguintes com graus variados de sucesso.  Nunca deixou suas raízes de lado, e, nos últimos tempos, voltou ao country pop, primeiro com o disco “Backwoods Barbie”, de 2008, e tem sido redescoberta por uma nova geração de ouvintes jovens, também por conta de sua participação no programa “Hannah Montana”, estrelado por sua afilhada Miley Cyrus.

Conheci a música de Dolly Parton nos anos 80, primeiro com o hit “9 to 5”. Depois, ao ouvir a versão do Sisters of Mercy para “Jolene” e descobrir que a original é da cantora, comecei a ir atrás de mais músicas, ainda que nada muito a sério. Foi só no começo da década passada que realmente passei a ouvir os discos lançados nos anos 60 e 70, quando comecei a pesquisar mais sobre o country norte-americano. Uma ótima maneira de entrar na vasta discografia da cantora é a caixa “Dolly”, que reúne material desde suas primeiras gravações até 2009, quando o pacote chegou às lojas.


O lado negro de Nicolas Jaar
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Fernando Kaida

O produtor Nicolas Jaar foi uma das revelações na música eletrônica no ano passado com o disco de estreia, “Space is Only Noise”, e já começa 2012 com um projeto novo matador.

Jaar criou com o guitarrista Dave Harrington o Darkside, cujo primeiro EP foi lançado pelo selo do produtor, Clown and Sunset.

O disco que leva o nome da dupla traz três faixas, batizadas apenas como “A1”, “A2” e “A3”. São produções minimalistas e espaçadas, que apesar de modernas soam como gravadas em outro tempo, mais “orgânico”. Os vocais com efeitos de eco de Jaar e a guitarra de Harrington formam as texturas das faixas que passeiam pelo space disco, balearic, synth e blues.

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Nada muito diferente do que Nicolas Jaar apresentou em seu disco solo, com exceção das guitarras. Com apenas 21 anos, o produtor norte-americano é um dos nomes mais interessantes da eletrônica atual pelos climas que cria a partir de diferentes camadas sonoras.

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A história da cumbia colombiana em 55 canções
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Fernando Kaida

Discos que contam a história de um determinado estilo musical ou retratam a sonoridade de uma região específica sempre me atraíram. Não é raro que nessas coleções apareçam pela primeira vez em CD ou vinil gravações antigas esquecidas há décadas, tiradas de discos de 78 rotações, em um verdadeiro trabalho de arqueologia.

Um dos bons exemplos recentes desse nicho é a compilação “The Original Sound of Cumbia: The History of Colombian Cumbia & Porro as Told by The Phonograph – 1948 – 79”. O disco é resultado do precioso trabalho de cinco anos do DJ e músico inglês Will “Quantic” Holland, que se mudou para a Colômbia para pesquisar e conhecer a fundo a história desse ritmo nascido no país e que se espalhou para fazer sucesso nos vizinhos da América Latina (com exceção do Brasil).

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A coletânea dupla reúne 55 faixas gravadas originalmente no período de 30 anos indicado pelo título. A versão em CD é dividida de maneira mais ou menos cronológica: o primeiro disco traz apenas canções dos primórdios da cumbia colombiana, tiradas dos discos de 78 rotações –formato mais comum até a meados dos anos 50. O segundo mostra a evolução do estilo até virar o ritmo nacional colombiano por meio de faixas lançadas em compactos de vinil e LPs dos artistas selecionados. O pacote é completo com um caprichado encarte com textos sobre a história da cumbia e seus artistas, além de fotos e imagens de capas de discos.

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Se nos últimos tempos a cumbia colombiana ganhou espaço até na música eletrônica, com remixes e edits feitos por DJs renomados, como o escocês JD Twitch, a compilação da Soundways Records foca na origem do ritmo, centrado em instrumentos como o acordeão, flauta transversal, guacharaca e percussão.

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Coloquei neste post algumas das ótimas canções de “The Original Sound of Cumbia”. Se você gostar de pelo menos uma delas, vá atrás do disco todo. Vale cada minuto da audição para conhecer um pouco mais dessa música tradicional feita para festejar. E se quiser conhecer um pouco mais, recomendo a compilação lançada em 2010 “The Afro-Sound of Colombia”, do selo Vampisoul. Garanto que vai se surpreender.

As três músicas inseridas no meio do texto estão no disco 1 de “The Original Sound of Cumbia”. As três que seguem abaixo fazem parte do segundo volume.

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The Proper Ornaments une pop rock ensolarado com indie dos anos 80
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Fernando Kaida

The Proper Ornaments é uma nova banda inglesa que acaba de lançar o segundo single, homônimo. São cinco canções que vão do pop rock ensolarado e psicodélico norte-americano sessentista ao indie pop inglês melódico de guitarras jangly da década de 80.

Os destaques são “Who Tought”, que abre o disco, e “Shining Bright”. Duas faixas que pela rotatividade no meu fone de ouvido nos últimos dias certamente estarão entre as que mais ouvi neste primeiro mês do ano.

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Para quem gosta de relacionar nomes, o Proper Ornaments é formado por Max Clapps e James Hoare, esse último também integrante do Veronica Falls, banda indie pop que lançou um dos melhores discos de 2011.

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Se essas primeiras semanas de janeiro servem de exemplo, o ano promete ser excelente em matéria de boa música. Os primeiros dias de 2012 já são preenchidos com os álbuns novos de Trailer Trash Tracys, Howler, The Big Pink, Cate le Bon e Diagrams (mais sobre eles nos próximos dias).