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“Tago Mago”, do Can, chega aos 40 como novo e ganha edição com gravações ao vivo
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Fernando Kaida

Em 2011, “Tago Mago”, do Can, completou 40 anos. Para celebrar a data, o álbum foi relançado em CD duplo, com o álbum original remasterizado e um disco extra com gravações ao vivo em 1972.

Lançado em 1971, “Tago Mago” é o terceiro álbum da banda alemã Can e o segundo com o vocalista japonês Damo Suzuki. O disco é um dos pilares do krautrock, estilo da virada dos anos 1960 para os 70 baseado na experimentação e mistura de elementos do rock, jazz, música eletrônica e rock psicodélico.

Confesso que não sou muito de ouvir hoje em dia “discos clássicos” só pela importância que tiveram em determinada época. Não é o caso de “Tago Mago”. Ao voltar a ouvir o álbum neste relançamento, vejo como ele mantém sua originalidade e vigor intactos. Soa hoje tão fresco como imagino que tenha sido na época do lançamento original.

Can – “Mushroom”

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Muito já foi escrito sobre o disco e o Can, por isso não vou me alongar em mais uma análise. Acho que a melhor definição sobre o álbum está no livro “Krautrocksampler”, lançado em 1995 pelo músico inglês Julian Cope (ex-Teardrop Explodes). Para Cope, “Tago Mago” “soa apenas como ele mesmo”.

Faixas como “Mushroom” e “Halleluhwah” são para mim tão fundamentais quanto qualquer outro clássico manjado do rock. A diferença é que ainda hoje tenho vontade de ouvir essas canções do Can e as coloco para tocar de vez em quando. Já as outras, geralmente  só ouço de novo quando já estão tocando em algum lugar.

Can – “Halleluhwah”

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O disco extra do relançamento traz apenas três faixas, mas que somam quase 50 minutos de duração. Além das duas citadas no parágrafo acima, há ainda uma versão de quase meia hora de “Spoon”, canção  do álbum seguinte do Can, “Ege Bamyasi”, de 72. Pena que o encarte não traga mais informações sobre as gravações ao vivo, como se saíram de um único show ou o local.

Se você gosta de bandas como The Fall, Stereolab, PiL, Tortoise, LCD Soundsystem e ainda não conhece “Tago Mago”, a oportunidade não poderia ser mais perfeita.

Can – “Spoon” (Live in 1972)

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The Soft Moon faz a trilha da desolação em “Total Decay”
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Fernando Kaida

Um ano depois de lançar o disco de estreia, o The Soft Moon solta o primeiro material inédito desde então, o EP “Total Decay”.

Nas quatro faixas do disco, o projeto do norte-americano Luis Vasquez coloca a desolação do rock gótico de encontro com o ritmo repetitivo do krautrock.

“Repetition”, que abre o disco, traz exatamente o que o título entrega. Uma batida acelerada sem variação sob vocais fantasmagóricos, baixo pesado e efeitos de guitarras e sintetizadores.

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As demais faixas diminuem o ritmo e deixam mais evidentes as raízes oitentistas da banda. O destaque fica por conta de “Alive”, que me faz lembrar de nomes como Sisters of Mercy e The Killing Joke.

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Se você  já fechou sua lista de melhores do ano, vale a pena abrir mais um espaço para “Total Decay”, que chega para encerrar 2011 em clima de pós-apocalipse.


No improviso, Goitia Deitz revitaliza o krautrock em “Coma”
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Fernando Kaida

Um par de DJs e produtores do Brooklyn com seus sintetizadores e baterias eletrônicas fazendo gravações no improviso. Parece chato?

O resultado é um dos melhores singles que ouvi no último mês, a estreia da dupla Goitia Deitz. E não só musicalmente.

O destaque aqui é “Coma”, eletrônica instrumental com os dois pés no krautrock alemão, de andamento repetitivo e cósmico, com espaço para as experimentações vindas da falta de planejamento prévio.

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“Romance”, no lado B, começa com uma base mais tranquila, que puxa para o balearic e chill wave, e vai recebendo camadas de sintetizadores até tomar forma. É menos impactante que “Coma”, mas essa variedade de ritmos, no improviso, é algo que faz do Goitia Deitz original, com personalidade, e ainda acessível e pop.

Outro destaque do single é sua embalagem. Apenas um envelope metálico preto, sem qualquer palavra escrita por fora. Dentro, o disco em vinil e um encarte com a bela imagem que ilustra o post. Minimalista como a banda.

 


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