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Categoria : Música

Woman’s Hour faz boa estreia com afropop e eletrônica climática em single
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Fernando Kaida

O grupo novo Woman’s Hour busca referências em nomes que têm uma carreira bem pouco mais longa que a desse quarteto inglês. Pelo menos é o que mostra o single de estreia, com as canções “Jenni” e “Human”.

A primeira é um indie pop com guitarras e harmonias influênciadas pelo afropop. Lembra um pouco de Vampire Weekend, Fool’s Gold e Wild Beasts (o produtor do single,  Richard Formby, é o mesmo dessa última banda citada).

 

“Human”, no lado B, evoca a eletrônica climática e panorâmica do The xx, com batidas espaçadas, guitarras contidas e baixo que dá o ritmo marcado. Um destaque nas duas canções é a voz suave da cantora Fiona Burgess.

 

Se você procura algo muito original, provavelmente vai se decepcionar, mas se quer apenas duas canções frescas e agradáveis, a estreia do Woman’s Hour pode surpreender você.


Ícone country e pop, Dolly Parton faz aniversário
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Fernando Kaida

Nesta quinta-feira completam-se 30 anos da morte de Elis Regina, e Nara Leão faria 70 anos. Mas o dia também é de outra grande cantora, que no Brasil, infelizmente, é conhecida apenas por sua imagem kitsch e exagerada, divulgada aqui por meio de filmes dos anos 1980, entre eles  “Como Eliminar Seu Chefe”. Dolly Parton, um dos principais nomes do country e pop norte-americanos nas últimas cinco décadas, faz 66 anos hoje.

Ouça discos de Dolly Parton na Rádio UOL.

Parton foi a primeira cantora e fazer a transição, na década de 1970, entre a música tradicional norte-americana e as paradas pop, e segue ativa ainda hoje como compositora, cantora e atriz. Lançou no ano passado o disco “Better Day” e, em 2012, volta ao cinema depois de quase 20 anos, com o filme “Joyful Noise”, ao lado de Queen Latifah.

Considero a cantora tão importante quanto outros nomes pioneiros do country que são mais cultuados hoje, como Johnny Cash, para citar um exemplo de artista que renovou o público no fim da carreira. Mas a figura extravagante de Dolly, com maquiagem carregada, cabelos loiríssimos, plásticas diversas, cintura fina e saias e vestidos curtos, faz com que boa parte do público a veja hoje como uma senhora bem-humorada e excêntrica, apenas. O que é uma pena, pois Parton é dona de uma obra valiosa que merece ser conhecida. Tanto que em 2011 recebeu um Grammy por sua contribuição à música.

A influência da cantora está nos mais diversos estilos da música pop, e mesmo o público brasileiro pode conhecer alguns de seus maiores sucessos, ainda que em versões de outros artistas. “Jolene”, uma de suas canções mais famosas, já foi gravada pelo grupo de rock gótico The Sisters of Mercy e pela dupla The White Stripes. E um dos maiores hits de Whitney Houston, “I Will Always Love You”, também é criação da norte-americana nascida em 1946, no Tennessee.

Dolly Parton começou a carreira ainda criança, e gravou o primeiro compacto aos 13 anos de idade. Desde cedo também compôs para outros artistas, o que lhe rendeu alguns de seus sucessos iniciais. Sua primeira gravação a entrar na parada country foi “Dumb Blonde”, que, apesar do título, mostrou nos anos seguintes que de burra não tinha nada.

No final da década de 60, passou a se apresentar regularmente no programa de TV do astro country Porter Wagoner, o que ajudou a popularizar a imagem e nome da cantora. Durante anos, os dois lançaram diversos singles e álbuns de sucesso.

O primeiro single solo a atingir o primeiro lugar na parada country foi “Joshua”, em 1971. A partir daí, Parton gravou diversos hits, como “Coat of Many Colours”, que fala sobre a infância pobre ao lado de 12 irmãos, e as já citadas “Jolene” e “I Will Always Love You”. Foi nos anos 70 que apareceu a transição para o pop e o sucesso de maior alcance, graças a singles como “Here You Come Again” e o flerte com a disco music em “Baby I’m Burning” e “I Wanna Fall in Love”.

Na década seguinte, Dolly Parton já era uma das cantoras mais populares dos Estados Unidos, com hits como “9 to 5” e o dueto com Kenny Rodgers em “Islands in The Stream” –canção composta pelos Bee Gees. Além disso, estrelou filmes de sucesso ao lado de atores famosos na época, como Burt Reynolds, Jane Fonda e Sylvester Stallone.

Apesar de todo o sucesso, nos anos 90 Dolly viu aumentar o desinteresse por parte do público jovem pelos artistas tradicionais do country, cujas paradas começavam a ser dominadas por nomes que modernizavam o estilo, mas a cantora continuou a gravar nos anos seguintes com graus variados de sucesso.  Nunca deixou suas raízes de lado, e, nos últimos tempos, voltou ao country pop, primeiro com o disco “Backwoods Barbie”, de 2008, e tem sido redescoberta por uma nova geração de ouvintes jovens, também por conta de sua participação no programa “Hannah Montana”, estrelado por sua afilhada Miley Cyrus.

Conheci a música de Dolly Parton nos anos 80, primeiro com o hit “9 to 5”. Depois, ao ouvir a versão do Sisters of Mercy para “Jolene” e descobrir que a original é da cantora, comecei a ir atrás de mais músicas, ainda que nada muito a sério. Foi só no começo da década passada que realmente passei a ouvir os discos lançados nos anos 60 e 70, quando comecei a pesquisar mais sobre o country norte-americano. Uma ótima maneira de entrar na vasta discografia da cantora é a caixa “Dolly”, que reúne material desde suas primeiras gravações até 2009, quando o pacote chegou às lojas.


O lado negro de Nicolas Jaar
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Fernando Kaida

O produtor Nicolas Jaar foi uma das revelações na música eletrônica no ano passado com o disco de estreia, “Space is Only Noise”, e já começa 2012 com um projeto novo matador.

Jaar criou com o guitarrista Dave Harrington o Darkside, cujo primeiro EP foi lançado pelo selo do produtor, Clown and Sunset.

O disco que leva o nome da dupla traz três faixas, batizadas apenas como “A1”, “A2” e “A3”. São produções minimalistas e espaçadas, que apesar de modernas soam como gravadas em outro tempo, mais “orgânico”. Os vocais com efeitos de eco de Jaar e a guitarra de Harrington formam as texturas das faixas que passeiam pelo space disco, balearic, synth e blues.

 

Nada muito diferente do que Nicolas Jaar apresentou em seu disco solo, com exceção das guitarras. Com apenas 21 anos, o produtor norte-americano é um dos nomes mais interessantes da eletrônica atual pelos climas que cria a partir de diferentes camadas sonoras.

 


A história da cumbia colombiana em 55 canções
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Fernando Kaida

Discos que contam a história de um determinado estilo musical ou retratam a sonoridade de uma região específica sempre me atraíram. Não é raro que nessas coleções apareçam pela primeira vez em CD ou vinil gravações antigas esquecidas há décadas, tiradas de discos de 78 rotações, em um verdadeiro trabalho de arqueologia.

Um dos bons exemplos recentes desse nicho é a compilação “The Original Sound of Cumbia: The History of Colombian Cumbia & Porro as Told by The Phonograph – 1948 – 79”. O disco é resultado do precioso trabalho de cinco anos do DJ e músico inglês Will “Quantic” Holland, que se mudou para a Colômbia para pesquisar e conhecer a fundo a história desse ritmo nascido no país e que se espalhou para fazer sucesso nos vizinhos da América Latina (com exceção do Brasil).

 

A coletânea dupla reúne 55 faixas gravadas originalmente no período de 30 anos indicado pelo título. A versão em CD é dividida de maneira mais ou menos cronológica: o primeiro disco traz apenas canções dos primórdios da cumbia colombiana, tiradas dos discos de 78 rotações –formato mais comum até a meados dos anos 50. O segundo mostra a evolução do estilo até virar o ritmo nacional colombiano por meio de faixas lançadas em compactos de vinil e LPs dos artistas selecionados. O pacote é completo com um caprichado encarte com textos sobre a história da cumbia e seus artistas, além de fotos e imagens de capas de discos.

 

Se nos últimos tempos a cumbia colombiana ganhou espaço até na música eletrônica, com remixes e edits feitos por DJs renomados, como o escocês JD Twitch, a compilação da Soundways Records foca na origem do ritmo, centrado em instrumentos como o acordeão, flauta transversal, guacharaca e percussão.

 

Coloquei neste post algumas das ótimas canções de “The Original Sound of Cumbia”. Se você gostar de pelo menos uma delas, vá atrás do disco todo. Vale cada minuto da audição para conhecer um pouco mais dessa música tradicional feita para festejar. E se quiser conhecer um pouco mais, recomendo a compilação lançada em 2010 “The Afro-Sound of Colombia”, do selo Vampisoul. Garanto que vai se surpreender.

As três músicas inseridas no meio do texto estão no disco 1 de “The Original Sound of Cumbia”. As três que seguem abaixo fazem parte do segundo volume.

 

 


The Proper Ornaments une pop rock ensolarado com indie dos anos 80
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Fernando Kaida

The Proper Ornaments é uma nova banda inglesa que acaba de lançar o segundo single, homônimo. São cinco canções que vão do pop rock ensolarado e psicodélico norte-americano sessentista ao indie pop inglês melódico de guitarras jangly da década de 80.

Os destaques são “Who Tought”, que abre o disco, e “Shining Bright”. Duas faixas que pela rotatividade no meu fone de ouvido nos últimos dias certamente estarão entre as que mais ouvi neste primeiro mês do ano.

 

Para quem gosta de relacionar nomes, o Proper Ornaments é formado por Max Clapps e James Hoare, esse último também integrante do Veronica Falls, banda indie pop que lançou um dos melhores discos de 2011.

 

Se essas primeiras semanas de janeiro servem de exemplo, o ano promete ser excelente em matéria de boa música. Os primeiros dias de 2012 já são preenchidos com os álbuns novos de Trailer Trash Tracys, Howler, The Big Pink, Cate le Bon e Diagrams (mais sobre eles nos próximos dias).


“Anthology” resgata som do Throwing Muses para antigos fãs e nova geração de ouvintes
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Fernando Kaida

Existem bandas que têm mais compilações do que discos de estúdio. E existem bandas que demoram quase 30 anos para lançar a primeira retrospectiva de carreira. Nesse segundo grupo está o Throwing Muses.

A banda norte-americana lançou no final do ano passado o apropriadamente intitulado “Anthology”, cuja edição de luxo reúne 43 canções da carreira. Há ainda uma versão simples, com 21 músicas. O disco duplo traz singles, faixas de discos de estúdio e material menos conhecido, como lados B. A versão simples traz as canções mais conhecidas.

É a melhor maneira de ser apresentado ou voltar a ouvir uma banda fundamental do começo do indie rock norte-americano, quando era conhecido também como college rock.

 

O Throwing Muses foi o primeiro grupo dos Estados Unidos a assinar com a cultuada gravadora inglesa 4AD, em meados da década de 1980, e foi um dos primeiros liderados por duas cantoras e guitarristas — as meio-irmãs Kristin Hersh e Tanya Donelly– a ganhar destaque.

A música do grupo era marcada por uma certa dissonância nas canções, com variações de andamento, guitarras angulares, alternância entre os vocais de Hersh e Donelly, boas melodias pop e a bateria única de David Narciso.

Sempre achei o tipo de som que não conquista de imediato, é preciso ouvir algumas vezes até que cresça para então ficar marcado no ouvinte. Para mim, “Anthology”  serviu para lembrar de que há algumas canções do Throwing Muses que estão entre minhas favoritas, mesmo após anos sem as escutar. Uma delas é “Fish”, lançada originalmente em 1987 apenas na compilação “Lonely Is an Eyesore”, da 4AD, e incluída agora na coletânea.

 

O primeiro álbum do grupo, “Throwing Muses”, foi lançado em 1986 originalmente apenas na Inglaterra. Após o quarto disco, “The Real Ramona”, de 1992, Tanya Donelly deixou a banda para tocar com as Breeders e, posteriormente, formar o Belly. Foi o fim da formação clássica da banda, a melhor fase em minha opinião. Kristin Hersh também mantém uma carreira solo desde meados da década de 90, e formou em 2004 o 50 Foot Wave com o baxista do Muses, Bernard Georges.  O maior hit de sua carreira solo é a canção “Your Ghost”, dueto com Michael Stipe, incluída no disco “Hips and Makers”, de 1994.

O disco mais recente do Throwing Muses é o homônimo lançado em 2003. O grupo, liderado por Hersh e com formação nova, se prepara para lançar neste ano o próximo álbum de estúdio, gravado com a ajuda financeira dos fãs.

 

 


Um pouco de doçura pop com When Nalda Became Punk
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Fernando Kaida

Já faz tempo que a Espanha mantém uma produtiva e saborosa cena indie pop, graças a selos como Elefant, Siesta e Jabalina, e bandas como La Casa Azul, Me Enveneno de Azules, Vacaciones, Band à Part e tantos outros.

E o trio When Nalda Became Punk está entre os favoritos recentes aqui no blog, tudo por conta do single que leva o nome do grupo, lançado pelo selo inglês Pebble Records.

“When Nalda Become Punk” tem tudo que uma boa música indie pop precisa: bateria acelerada, tecladinhos fuleiros, melodia grudenta e letras românticas cantadas por uma garota.

 

Como entrega o nome, banda e single são carregados de influência punk, então não é surpresa que a outra faixa tenha como título o mote “DIY” (sigla de faça-você-mesmo), que desacelera o ritmo sem perder a doçura jamais.

 

Na internet dá pra ouvir outras canções mais antigas do grupo, entre elas a divertida “Moderns, You Should Stay at Home”.


Citizens! faz pop eletrônico produzido por cantor do Franz Ferdinand
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Fernando Kaida

Citizens! é um quinteto inglês que faz pop eletrônico dançante e se prepara para lançar o primeiro disco no começo deste ano. A primeira amostra do álbum é o single “True Romance”, lançado pela Kitsuné Records, selo francês especializado na nova geração do pop que mescla indie, rock e eletrônica voltada para as pistas.

Single e álbum foram produzidos por Alex Kapranos, cantor e guitarrista do Franz Ferdinand. A versão original de “True Romance” é ótima para aquecer uma festa, com os BPMs na medida certa para começar a dançar. O lado B do single em vinil traz um remix do projeto Populette, que dá um sabor mais festeiro ainda à faixa. Já a versão digital traz outros três remixes.

A Rádio UOL já tem o single “True Romance” para ser ouvido online. Clique aqui para ouvir.

Outra das faixas do primeiro disco é “Know Yourself”, de levada mais preguiçosa, entre o chillwave e o balearic. Ouça no player abaixo.


Whales in Cubicles aposta no indie rock clássico em single de estreia
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Fernando Kaida

Se você gosta de canções marcadas pela dinâmica entre momentos tranquilos e a explosão do refrão com bateria pesada e guitarras altas, o single de estreia do Whales in Cubicles é perfeito.

“We Never Win” reúne influências de nomes do indie rock norte-americano dos anos 90, como Sebadoh, e inglês, como o Razorlight.

O Lado B, “Never and Ever”, segue a mesma linha sonora e certamente vai conquistar fãs saudosos do indie rock clássico. Lançado pelo selo inglês Young and Lost Club, o single garante boa diversão por alguns dias, como deve ser.


Aposta para 2012, Michael Kiwanuka começa o ano com músicas novas
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Fernando Kaida

Com apenas dois singles, o inglês Michael Kiwanuka foi uma das revelações do ano passado. Graças a belas canções acústicas e introspectivas, como “I’m Getting Ready” e “Tell me a Tale”, o cantor virou uma das principais apostas para 2012, quando chegará o primeiro disco.

E o músico de 24 anos começou o ano com tudo. Lançou no começo de janeiro seu terceiro single, o ótimo “Home Again”, com mais três músicas que mesclam influências do soul e folk.

 

Na semana passada, Kiwanuka liderou a lista “Sound of 2012”, pesquisa promovida pela BBC para revelar as promessas musicais para o ano.

 

Em 26 de março, chega às lojas o disco de estreia, também chamado “Home Again”. Vai ser a deixa para que Michael Kiwanuka deixe as listas especializadas para ganhar mais espaço e, quem sabe, confirmar a previsão para este ano.