Poplink

Arquivo : compilação

A história da cumbia colombiana em 55 canções
Comentários Comente

Fernando Kaida

Discos que contam a história de um determinado estilo musical ou retratam a sonoridade de uma região específica sempre me atraíram. Não é raro que nessas coleções apareçam pela primeira vez em CD ou vinil gravações antigas esquecidas há décadas, tiradas de discos de 78 rotações, em um verdadeiro trabalho de arqueologia.

Um dos bons exemplos recentes desse nicho é a compilação “The Original Sound of Cumbia: The History of Colombian Cumbia & Porro as Told by The Phonograph – 1948 – 79”. O disco é resultado do precioso trabalho de cinco anos do DJ e músico inglês Will “Quantic” Holland, que se mudou para a Colômbia para pesquisar e conhecer a fundo a história desse ritmo nascido no país e que se espalhou para fazer sucesso nos vizinhos da América Latina (com exceção do Brasil).

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445347[/uolmais]

 

A coletânea dupla reúne 55 faixas gravadas originalmente no período de 30 anos indicado pelo título. A versão em CD é dividida de maneira mais ou menos cronológica: o primeiro disco traz apenas canções dos primórdios da cumbia colombiana, tiradas dos discos de 78 rotações –formato mais comum até a meados dos anos 50. O segundo mostra a evolução do estilo até virar o ritmo nacional colombiano por meio de faixas lançadas em compactos de vinil e LPs dos artistas selecionados. O pacote é completo com um caprichado encarte com textos sobre a história da cumbia e seus artistas, além de fotos e imagens de capas de discos.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445353[/uolmais]

 

Se nos últimos tempos a cumbia colombiana ganhou espaço até na música eletrônica, com remixes e edits feitos por DJs renomados, como o escocês JD Twitch, a compilação da Soundways Records foca na origem do ritmo, centrado em instrumentos como o acordeão, flauta transversal, guacharaca e percussão.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445354[/uolmais]

 

Coloquei neste post algumas das ótimas canções de “The Original Sound of Cumbia”. Se você gostar de pelo menos uma delas, vá atrás do disco todo. Vale cada minuto da audição para conhecer um pouco mais dessa música tradicional feita para festejar. E se quiser conhecer um pouco mais, recomendo a compilação lançada em 2010 “The Afro-Sound of Colombia”, do selo Vampisoul. Garanto que vai se surpreender.

As três músicas inseridas no meio do texto estão no disco 1 de “The Original Sound of Cumbia”. As três que seguem abaixo fazem parte do segundo volume.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445362[/uolmais]

 

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445364[/uolmais]

 

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12445366[/uolmais]


“Opika Pende” e a arqueologia da música africana
Comentários Comente

Fernando Kaida

O selo norte-americano Dust-to-Digital é especializado em recuperar gravações raras do começo do século 20 de diferentes partes do mundo, principalmente de discos de 78 rotações, para lançá-las em edições caprichadas.

Uma das novidades do catálogo é a caixa de quatro discos “Opika Pende: “Africa at 78 rpm”, que faz um apanhado de 100 gravações de diferentes países da África entre 1909 e meados dos anos 1960. Registradas originalmente em discos de goma-laca, nenhuma das faixas havia sido lançada em CD até agora.

Entre as gravações estão canções folclóricas, cantos religiosos, gravações de corais e músicas populares que remetem a gêneros mais familiares, como o jazz e calypso, de países como Gana, Marrocos, Etiópia, Nigéria, Egito, Congo, África do Sul e Uganda. A variedade de estilos, épocas e qualidade de gravações é surpreendente.

O trabalho de arqueologia é completo. Além dos quatro discos, a caixa traz um encarte de mais de 100 páginas com informações sobre cada uma das faixas e seus intérpretes. O responsável pela empreitada é o pesquisador e colecionador Jonathan Ward, que mantém um site totalmente dedicado aos discos de 78 rotações, o excavatedshellac.com.

“Opika Pende”, que na língua lingala pode significar “seja forte” ou “resista”, não é o tipo de material para se ouvir a toda hora, em qualquer lugar. Cada audição é como ser transportado para um mundo que talvez nem exista mais em boa parte do continente, em uma viagem imperdível para ser aproveitada sem pressa.

Raïs Mohamed Sasbo – Ghina’ Loziq (Marrocos)

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12305354[/uolmais]

 

Calender and His Maringar Band – “The Jambo Song” (Serra Leoa)

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12305355[/uolmais]

 

Stonik and Kiprono – “Molildo Kiruk-Yuk” (Quênia)

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12305360[/uolmais]

 

Transvaal Rockin’ Jazz Stars – “Swaziland” (África do Sul)

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12305362[/uolmais]

 

 

 


Entre no mundo do Chap, “o mais interessante fracasso do pop”
Comentários Comente

Fernando Kaida

A banda inglesa The Chap lança neste mês sua primeira compilação, com o irônico título “We Are The Best”. É uma boa oportunidade para falar de uma banda que, para mim, deveria ser bem mais conhecida do que é.

“We Are The Best” reúne material lançado pelo The Chap em quatro álbuns e diversos singles e EPs desde o começo de 2002, além de uma faixa inédita, “Campain Trail”. É uma espécie de resumo dos 10 anos do grupo que se define como “o mais interessante fracasso na história do pop”.

A combinação de melodias assobiáveis com elementos que causam estranheza no ouvinte sempre me fazem colocar o Chap como uma espécie de herdeiro do Devo. Não é um experimentalismo gratuito, que entra apenas para parecer moderno ou diferente. Tudo se complementa em canções pop para se ouvir com atenção.

“We Are The Best” reúne algumas das faixas mais representativas do Chap, muitas delas com potencial para ser hit –se o mundo fosse mais justo– como “We Work in Bars”, “I Am Oozing Emotion”, “Courage and Modesty”, “Fun and Interesting” e “Remember Elvis”. É a melhor porta de entrada para o universo criado até agora pelo quarteto de Londres.

Assim, no começo de 2012, quando chegar às lojas o próximo álbum de inéditas, apropriadamente batizado como “We Are Nobody”, você estará pronto para encontrar uma faceta nova. Os músicos já avisaram no site do grupo que o disco será pop, simples e desprovido de ironia. Uma mudança e tanto para esta grande banda.

The Chap – “I Am Oozing Emotion”

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12266363[/uolmais]

 

The Chap – “Campain Trail”

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12266366[/uolmais]

 

The Chap – “Fun and Interesting”


A aventura californiana da Motown
Comentários Comente

Fernando Kaida

Um pedaço saboroso e pouco conhecido da música negra norte-americana ganha o devido reconhecimento agora, 40 anos depois de ter acontecido. Entre 1971 e 1973, a gravadora de soul music Motown teve uma espécie de irmã na costa oeste dos Estados Unidos, a Mowest. “Our Lives Are Shaped by What We Love: Motown’s Mowest Story – 1971-1973” é a primeira compilação da gravadora e acaba de ser lançada pelo selo Light in The Attic.

No final de década de 1960, Berry Gordy Jr., fundador da Motown, então já estabelecido como um dos principais selos de soul do país, decidiu sair da industrial Detroit e se aventurar em direção à ensolarada Califórnia em busca de novos artistas e sucessos.

Durante sua breve existência, a Mowest lançou cerca de 40 singles e mais de 10 álbuns de artistas de soul, r&b e funk. O sucesso de nomes já consagrados da Motown, porém, deixou os artistas da gravadora-irmã com menos promoção por parte da empresa. Com isso, ficou mais difícil para a Mowest divulgar seu catálogo, e os hits não apareceram.

Após o fim do selo, em 1973, nomes mais populares, como Thelma Houston e The Commodores, foram absorvidos pela Motown, enquanto muito outros ficaram esquecidos ou restritos a um círculo de iniciados. Até agora.

Ouça abaixo duas faixas de “Our Lives Are Shaped by What We Love”. A primeira é a música que dá nome ao disco, com o grupo Odyssey. A segunda, um dos sucessos da Mowest, “The Night”, com o veterano Frankie Valli & The Four Seasons.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11955712[/uolmais]



[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11955715[/uolmais]


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>