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Alabama Shakes leva herança musical dos anos 60 e 70 adiante
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Fernando Kaida

O quarteto Alabama Shakes mostra em seu primeiro EP que é descendente legítimo da herança musical de seu estado.

Nas quatro faixas do disco que leva o nome da banda, os integrantes do Alabama Shakes fazem apenas a mistura clássica de rhythm & blues, soul e rock  que deu fama à sonoridade conhecida como Muscle Shoals.

O destaque vai para a interpretação e voz potente da cantora Brittany Howard, que aos 22 anos soa como uma veterana no disco. Imagine um Detroit Cobras ou Dirtbombs sem a pegada punk garageira e mais pop. Esse é o Alabama Shakes.

Localizado no Alabama, Muscle Shoals foi referência nas décadas de 1960 e 70 graças aos estúdios Fame e Muscle Shoals Sound, onde músicos como Wilson Pickett, Aretha Franklin, Rolling Stones e Lynyrd Skynyrd, entre outros, gravaram discos de sucesso.

o Muscle Shoals Sound foi fundado em 1969 por quatro músicos que trabalhavam no Fame. O quarteto conhecido como The Swampers serviu como banda de apoio em diversas gravações e ajudou a moldar essa mistura sonora que popularizou o nome da cidade.

Alabama Shakes – “I Found You”

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Alabama Shakes – “You Ain’t Alone”


Replicas: Garotas inglesas fazem boa estreia com canções melancólicas
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Fernando Kaida

Replicas é o nome escolhido pelas inglesas Helena Gee (vocal/guitarra) e Ashiya Eastwood (vocal/guitarra/teclado) para batizar o grupo que acaba de lançar o primeiro single.

Ao se ouvir as três faixas de “Hearts Beat”, é difícil não pensar que a escolha do nome tenha a ver com a direção musical das garotas. As faixas reproduzem a sonoridade desolada do pós-punk, gótico e synth pop do começo dos anos 80, com produção simples, propositalmente crua. Quando ouvi o single, pensei logo em “réplicas” de Siouxsie (pela interpretação, não o timbre de voz) e Pink Industry.

“Heart Beat” e “The City” são quase vazias na instrumentação, com espaços que poderiam estar ocupados por outros instrumentos, mas nada faz falta além do que está gravado. O pop arrastado da dupla fica completo com a interpretação melancólica das jovens inglesas.

Em “You Disappear”, a dupla acelera o ritmo da bateria eletrônica, aumenta a presença do teclado e faz uma canção dançante sem perder a melancolia das outras faixas. Um tanto depressivo, o single é uma bela estreia para uma banda formada há apenas um ano por essas duas meninas.

Ouça abaixo a faixa “The City”.

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A dupla colocou na internet mais uma canção que não está no single; veja o clipe de “Boy”.


Um bom pop rock por vez, Spector entrega o que você quer
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Fernando Kaida

 

Você, você, você quer uma boa canção pop rock? A banda nova Spector entrega, uma faixa por vez, e  vem conquistando mais espaço.

Depois do primeiro single, “Never Fade Away”, de junho deste ano, o grupo inglês lançou o segundo, “What You Wanted”, em meados de setembro. Cada single traz apenas uma música, sem lado B.

Pode ser apenas uma estratégia comercial, mas prefiro acreditar que o Spector concentra esforços no que tem de melhor para mostrar a cada vez, o que é cada vez mais raro.

E a música? “What You Wanted” é um pop rock que não traz novidade, mas tem o necessário para viciar em poucas audições: boa melodia, batida animada e refrão cantado a plenos pulmões em três minutos de duração. O que mais você pode querer de uma boa canção pop?

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O terceiro single, “Grey Shirt & Tie”, que sai em dezembro pelo selo Luv Luv Luv Records, também vem apenas com uma música em compacto de vinil com uma capa especial, que funciona como uma espécie de moldura para a foto do encarte.

Veja o clipe de “Grey Shirt & Tie”.


Não deixe o ano terminar sem conhecer Michael Kiwanuka
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Fernando Kaida

Quando lançou o EP “Tell Me A Tale (Isle Of Wight Sessions)” em meados do ano, o cantor inglês Michael Kiwanuka foi logo colocado no pacote da nova música soul.

O que até faz sentido, já que as três faixas do single são carregadas de influência soul nos arranjos, batidas e instrumentação.

Poucos meses depois, porém, veio o segundo EP, “I’m Getting Ready”. E o soul deu lugar ao folk em três baladas matadoras que mostram a versatilidade do cantor e compositor.

Soul, folk ou o que quer que venha por aí, o fato é com apenas esses dois EPs que somam seis músicas, Michael Kiwanuka é uma das revelações do ano, e já espero por seu álbum de estreia, “Home Again”, previsto para sair no final de fevereiro próximo.

Os dois singles de Kiwanuka foram lançados em versão digital e em vinil de 10” pelo selo inglês Communion, que tem entre os fundadores o músico Ben Lovett, do Mumford and Sons.

Ouça abaixo uma faixa do EP “I’m Getting Ready” e assista ao vídeo de “Tell me a Tale”

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Brasileira cria mundo de ficção onde canções são como sonhos narrados
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Fernando Kaida

Quando voltou ao Brasil no começo de 2010, após viver nos Estados Unidos desde a adolescência, Manuela Leal tinha o desejo de se dedicar novamente à música, tema que estudou na juventude e do qual há pouco havia se reaproximado.

Ainda em Nova York, antes de seu retorno ao país, comprou equipamentos e começou a gravar em sua casa. Foi quando a brasileira formada em artes plásticas viu que poderia conciliar a música com o interesse no lado estético, com capas, artes e sites do projeto que batizou como Anna-Anna.

Conheci as músicas do Anna-Anna nesta semana e fiquei fã imediatamente. As quatro faixas do EP digital “Last Night I Lit The Moon” são a trilha de um mundo de ficção criado pela brasileira, no qual as músicas funcionam como sonhos narrados.

Não acho que dê para chamar o Anna-Anna de um projeto de música brasileira, a não ser pelo fato de Manuela Leal ter nascido aqui. As canções têm um lado experimental, mas em cada uma delas há algo de familiar e cativante. Seja a escolha dos timbres e efeitos, seja o vocal falado que remete a figuras como Laurie Anderson.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12219673[/uolmais]

Baixe o EP “Last Night I Lit The Moon” de graça aqui.
Fiz uma pequena entrevista por e-mail com Anna-Anna para falar sobre sua música. Leia abaixo.

De onde saiu o nome Anna-Anna?
O nome Anna-Anna foi um alter ego, (tirado do) primeiro nome da Anna Magnani, a minha atriz preferida. Eu dizia que Anna-Anna vive num mundo de ficção onde tudo é possível. Passado e presente se unem.

As músicas do EP “Last Night I Lit The Moon” foram as primeiras que você gravou?
Sim, foram as primeiras. Uso um sintetizador analógico de bolso e o computador.

Quando ouvi o EP, pensei em Laurie Anderson, Maria Minerva, Dirty Beaches e cantoras francesas dos anos 60. Que sonoridade você busca nas suas canções?
Adoro Maria Minerva e Dirty Beaches:). Quando comecei o objetivo era encontrar o meio para as letras, que eram ao mesmo tempo românticas e futuristas. Eu queria que a voz fosse gravada perto do microfone (“close-miked”, como chamam) quase como sussuros, como narrativas em sonhos. Assim como as cantoras tipo Ornella Vanoni e Françoise Hardy, que têm voz mais baixa e quase “falam” em vez de “cantar”. Adoro música francesa em geral. A música em sí é bastante minimalista, beeemmmm devagar. Quando eu conto pras pessoas que faço música eletrônica, logo se pensa em dançar, o que não é o caso aqui. Gosto também do trabalho do John Cale com a Nico, ele produziu todos os discos dela, e tinha aquela combinação sinistra entre a voz grave dela e a dissonância minimalista do som dele.

Agora que estou gravando músicas novas acho que estou chegando perto do que eu queria mesmo, colocando a voz na frente do mix, com as letras e tudo mais, e mais e mais minimalistas, quase como músicas clássicas de filmes como “Casablanca” e músicas que a Marilyn Monroe cantava. Só que o som por baixo é “de plástico”. Estou também me apaixonando por hip hop. Sério. Tirando as letras. Tem um produtor, o Clams Casino, cujo álbum instrumental saiu pela Tri-Angle, tem umas batidas com um lado psicodélico maravilhoso. A simplicidade é a coisa mais difícil…no momento tem um rapper que ele produziu, ASAP Rocky, com uma música chiclete chamada “Peso” que eu não consigo parar de ouvir.

Você escolheu gravar em inglês tendo em vista o mercado internacional? Acha que suas canções e letras funcionariam da mesma forma em português?
Eu escolhi o inglês porque a maioria da música que eu ouço é feita em inglês. Além disso, acho que escrevo melhor em inglês do que em português, e os temas, as letras, soariam muito estranhas em português. Tenho uma ideia pra escrever em português, mas vai estar ligado a um projeto maior que incorpora artes plásticas, sobre o “Brasil” como essa utopia distante que se constrói na cabeça da pessoa que saiu pro mundo muito jovem.

Mas a verdade é que o público é muito pequeno pra esse tipo de música (música experimental não-dançante) no Brasil e para ter um alcance maior eu teria que falar inglês. As letras são baseadas em experiências que eu viví ainda fora.

Você pretende lançar o material gravado em disco físico? Já fez shows?
Só com apoio de gravadora, o que ainda não está fechado. Eu gostaria de lançar vinil, mas o custo é muito alto. Nesse momento estou focada em gravar coisas novas e na internet como meio de divulgação.

Ainda não fiz shows. A idéia é terminar essas músicas novas até o fim de novembro e depois ensaiar pra tocar ao vivo; estou começando a esboçar uma pequena turnê na Inglaterra no verão deles, a partir de meados de maio de 2012, e talvez Estados Unidos, mas nada está certo. Quero tocar no Rio e em São Paulo antes de ir, mas ainda são apenas idéias.

O fato de ser carioca e morar no Rio de Janeiro tem alguma influência na sua música? Ela me parece fazer um contraponto ao lugar-comum do rio praiano e ensolarado.
Engraçado, né? Realmente não tem nada a ver com o samba e temas tipo brisa do mar, sol, praia, etc. Na verdade, se tem uma influência, e acho que esse foi um fator marcante na minha vida, foi uma casa noturna que teve no Rio nos anos 90, quando eu ainda morava aqui, chamada Dr. Smith. Naquela época tinha uma cena muito legal, eu aprendi muito, era garota de colégio, mas vivia para isso. (O lugar) tocava mais rock e coisas ecléticas, mas as pessoas se vestiam com estilo próprio, e se recusavam em ir à praia pra manter o look noturno. Era essa ideia da música como meio para uma estética e identidade.

Aliás, essa casa noturna meio que herdou isso de um outro lugar chamado Crepúsculo de Cubatão, que era um clube “dark” dos anos 80 (eu era criança na época, nunca fui). A cidade sempre teve uma população escassa de figuras exóticas não-praianas. Frequento às vezes umas festas rockabilly, mas aquela combinação de rock, música eletrônica e outros não existe mais. As coisas estão mais separadas hoje em dia. Até hoje rolam uns revivals “Crepúsculo de Cubatão”  que eu não perco por nada, porque aliás a saudade mais macabra é daquilo que nunca vivemos. Eu morei uns meses na Inglaterra quando tinha 13 anos, e foi aí que comecei a investigar pra valer essas outras possibilidades.

http://anna-anna.tv


Pop ácido do Acid Glasses é oferecido de graça em fita cassete e MP3
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Fernando Kaida

À frente do projeto Acid Glasses, o norte-americano Nick Burk sobrepôs ruídos psicodélicos, melodia pop e vocais distorcidos e infantis para criar o pop ácido de “My Pale Garden”.

A música abre o single de três faixas que o Acid Glasses já disponibiliza há algum tempo na web e que ganhou edição física em compacto de vinil neste mês pelo selo Stroll On Records.

A banda deveria fazer sua primeira turnê inglesa neste mês, mas foi deportada de volta aos Estados Unidos, junto com as 200 cópias do primeiro disco, em fita cassete, que seriam vendidas nos shows.

Agora, o Acid Glasses oferece de graça as fitas cassetes com o disco “Tape, Deported” para quem entrar em contato por e-mail. As músicas também podem ser baixadas de graça aqui.

“My Pale Garden”, que não está no álbum, é essa no player abaixo.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12214834[/uolmais]


Psicodelia cavernosa do Wooden Shjips fica profissional em “West”
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Fernando Kaida

A capa aí de cima com uma foto da Golden Gate é de “West”, terceiro disco da banda de São Francisco Wooden Shjips, lançado há alguns dias.

O disco saiu pela cultuada gravadora norte-americana Thrill Jockey –que lançou nomes como Tortoise e Mouse on Mars– e é o primeiro trabalho do Wooden Shjips fora do esquema faça-você-mesmo, gravado em um estúdio profissional e com um produtor de fora da banda.

O “upgrade” na parte técnica transparece no som mais vivo e encorpado do disco, mas sem alterar as características da banda. Estão em “West” as canções psicodélicas de ritmo hipnótico que leva ao transe, com distorcões de guitarra, baixo e teclados sombrios que soterram os vocais. É como se a herança psicodélica das bandas de São Francisco nos anos 1960 fosse transportada para uma festa em uma caverna.

No player abaixo você ouve “Home”.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12202624[/uolmais]

Aqui tem o clipe de “Black Smoke Rise”, que abre o disco.


Theme Park faz trilha para tardes quentes e começo de noite
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Fernando Kaida

O single “A Mountain We Love” marca uma estreia dupla. É o primeiro lançamento da banda Theme Park e do selo paradYse.

O quarteto inglês formado por dois irmãos gêmeos e dois amigos, que fez seu primeiro show no final de agosto,  entrega em “A Moutain We Love” um pop rock eletrônico divertido para durar uma estação. Boa trilha para começar a noite ou para uma tarde de verão que acompanha bem nomes como Trophy Wife, Kisses ou Hot Chip.

Gosto especialmente do som de steel drum (instrumento de percussão caribenho) da música. Ouve aí.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12198074[/uolmais]

A outra canção do single, “Wax”, vai na mesma linha de rock eletrônico, com refrão e melodia que colam de primeira, mas é mais contida que o Lado A. O clipe é esse aqui.

O novo selo inglês paradYse tem ligação com a Transgressive Records, gravadora independente que há alguns anos fez barulho com lançamentos de bandas como Mystery Jets, Noisettes, Foals, The Pipettes e outras.

O segundo lançamento da paradYse é o single de estreia do Cold Specks, que em breve aparece aqui no blog.


O misterioso The Majnoons
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Fernando Kaida

The Majnoons é uma banda inglesa que acaba de lançar o segundo single, com as músicas “All Day Long” e “All Love Hate”. O compacto em vinil é limitado em 250 cópias e traz um DVD com músicas e clipes de outros artisas do selo DLC Records.

Cada um dos singles vem embalado em uma espécie de envelope amarelo com o nome do grupo carimbado, no melhor estilo do-it-yourself.

O grupo não tem site próprio, pefil no MySpace, Facebook ou qualquer outra opção de divulgação online. Apenas a página da gravadora traz o mínimo de informações sobre o Majnoons, que o próprio release não deixa claro se são verdadeiras ou não.

Parece bobagem, mas em uma época em que é mais fácil encontrar qualquer informação sobre uma banda antes mesmo de ouvir sua música, uma estratégia como a do Majnoons –que pode ser puro marketing ou apenas timidez mesmo– faz com que eu me interesse mais pela banda.

Musicalmente, o single segue a fórmula de misturar pop rock com um baixo de levada funk e vocais meio cantados, meio falados. Uma espécie de Kasabian lo-fi com Freak Power. Divertido para tocar no começo de uma festa. Ouça no player abaixo e diga o que acha.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11942174[/uolmais]


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