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Arquivo : música eletrônica

O lado negro de Nicolas Jaar
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Fernando Kaida

O produtor Nicolas Jaar foi uma das revelações na música eletrônica no ano passado com o disco de estreia, “Space is Only Noise”, e já começa 2012 com um projeto novo matador.

Jaar criou com o guitarrista Dave Harrington o Darkside, cujo primeiro EP foi lançado pelo selo do produtor, Clown and Sunset.

O disco que leva o nome da dupla traz três faixas, batizadas apenas como “A1”, “A2” e “A3”. São produções minimalistas e espaçadas, que apesar de modernas soam como gravadas em outro tempo, mais “orgânico”. Os vocais com efeitos de eco de Jaar e a guitarra de Harrington formam as texturas das faixas que passeiam pelo space disco, balearic, synth e blues.

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Nada muito diferente do que Nicolas Jaar apresentou em seu disco solo, com exceção das guitarras. Com apenas 21 anos, o produtor norte-americano é um dos nomes mais interessantes da eletrônica atual pelos climas que cria a partir de diferentes camadas sonoras.

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Keep Shelly in Athens faz trilha balearic para o verão em remix de faixa do Solar Bears
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Fernando Kaida

Uma das melhores faixas que ouvi nas últimas semanas é o remix da dupla grega Keep Shelly in Athens para “Cub”, do Solar Bears. A música está no mais recente EP dos gregos, “Campus Martius”, lançado pelo selo inglês Planet Mu.

A gravação original é contemplativa, apenas com guitarra, teclado e efeitos que dão uma sonoridade envelhecida à faixa. No remix balearic do Keep Shelly in Athens, ganhou batidas espaçadas, camadas de teclados e vocais femininos em um clima de trilha sonora para um verão à beira do mar.

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A versão original da música:


O EP traz ainda três faixas próprias da dupla, das quais se destacam o synth pop tranquilo “The Chains” e a eletrônica glitch de batidas arrastadas em “Struggle With Yourself”.

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Produtor “misterioso” une eletrônica suave e arte em disco de vinil
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Fernando Kaida

Oficialmente, no material de divulgação, Frank Eddie é um produtor misterioso cujo primeiro single, “Let me Be The One You Call On”, acaba de sair.

Mas dá para ligar alguns pontos e saber mais: o disco saiu pelo selo Impotent Fury, de Fred Deakin, metade da dupla inglesa Lemon Jelly. O clipe em animação foi feito pelo estúdio inglês de design Airside, também fundado por Deakin. E Frank Eddie funciona como um anagrama de Fred Deakin.

Além disso, assim como faz o Lemon Jelly nos discos da dupla, o single de Eddie dá o mesmo peso para a música e a arte. A capa elaborada do compacto em vinil é recortada para criar um padrão quando o disco está dentro dela. Veja imagens aqui.

Já as canções, as duas unem uma base eletrônica suave com samples de outras músicas pop para criar o refrão em uma espécie de soft rock eletrônico. Algo que o Lemon Jelly já fez em outros singles limitados. Eu gosto bastante, mas não descobri ainda de onde saíram os samples. Se alguém souber, diga aí nos comentários.

Frank Eddie – “You Got me Singing”

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Clipe de “Let me Be The One You Call On”


Mexicano Rebolledo coloca sabor novo e calor em eletrônica oitentista com “Super Vato”
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Fernando Kaida

O Cómeme, fundado pelos produtores Matias Aguayo e Gary Pimiento, é meu selo favorito de música eletrônica hoje. Não por acaso, dois artistas do catálogo da gravadora, Daniel Maloso e Rebolledo, são responsáveis por duas das faixas que mais ouvi nos último ano: “Discoteca Cavernícola” e “Amigos Cómeme”, respectivamente.

Depois de alguns singles, o mexicano Rebolledo lançou agora pelo Cómeme seu primeiro álbum, “Super Vato”, no qual cria uma fórmula simples para misturar elementos e temperaturas de diferentes estilos dançantes, entre eles os “frios” synthpop, EBM e tecno, e os “quentes” funk e música latina. A sonoridade da eletrônica mais pesada dos anos 80 aparece por todo o disco, em batidas e timbres de teclados, mas sem soar como mera emulação do que foi feito antes. Rebolledo é um dos poucos que conseguem modernizar essas influências deixando-as realmente com um sabor novo.

Para o álbum, o produtor contou com a colaboração de amigos da Cómeme, como Aguayo, Diegors e Phillip Gorbachev, em diversas faixas, o que também faz de “Super Vato” um bom cartão de visita ao universo do selo.

A variedade de ritmos e melodias em músicas como “Positivismo”, Super Vatos”, “Steady Gear Rebo Maschine”, “La Pena” e “Corvette Ninja” tornam o disco mais interessante a cada vez que o coloco para tocar. Não é algo que acontece com muita frequência com álbuns de eletrônica de um único artista, já que normalmente prefiro os singles.

Ouça duas faixas de “Super Vato”.

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Abaixo, dois clipes de singles anteriores de Rebolledo.

“Pitaya Frenesí”

“Guerrero”


No improviso, Goitia Deitz revitaliza o krautrock em “Coma”
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Fernando Kaida

Um par de DJs e produtores do Brooklyn com seus sintetizadores e baterias eletrônicas fazendo gravações no improviso. Parece chato?

O resultado é um dos melhores singles que ouvi no último mês, a estreia da dupla Goitia Deitz. E não só musicalmente.

O destaque aqui é “Coma”, eletrônica instrumental com os dois pés no krautrock alemão, de andamento repetitivo e cósmico, com espaço para as experimentações vindas da falta de planejamento prévio.

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“Romance”, no lado B, começa com uma base mais tranquila, que puxa para o balearic e chill wave, e vai recebendo camadas de sintetizadores até tomar forma. É menos impactante que “Coma”, mas essa variedade de ritmos, no improviso, é algo que faz do Goitia Deitz original, com personalidade, e ainda acessível e pop.

Outro destaque do single é sua embalagem. Apenas um envelope metálico preto, sem qualquer palavra escrita por fora. Dentro, o disco em vinil e um encarte com a bela imagem que ilustra o post. Minimalista como a banda.

 


Três músicas quentes para o fim de semana
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Fernando Kaida

Três novidades de estilos diferentes para ir atrás dos discos e embalar o fim de semana.

Evans The Death – “Threads”
Primeiro single da banda inglesa de indie pop, lançado pela cultuada gravadora Fortuna Pop!. Batida dançante, refrão grudento e vocal feminino em pouco mais de dois minutos. Para quem gosta de Pains of Being Pure at Heart, Heavenly e Allo Darlin’.

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Jeffrey Lewis – “How Can it Be”
Cantor, compositor e cartunista, Jeffrey Lewis conta suas histórias vividas em Nova York em forma de canções folk pop. No disco novo, “A Turn in The Dream Songs”, as músicas aparecem menos cruas que em trabalhos anteriores, e Lewis é acompanhado por uma banda formada por integrantes dos grupos Wave Pictures e Sussex Wit.

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Spank Rock – “The Dance”
Seis anos depois da estreia “YoYoYoYoYo”, o projeto de rap norte-americano chega agora ao segundo disco, “Everything Is Boring & Everyone Is a Fucking Liar” (um dos melhores títulos do ano). Liderado por Naeem Juwan, o Spank Rock expandiu os limites do álbum anterior e trabalhou ao lado dos produtores alemães Boys Noize. As batidas festeiras do club rap de Baltimore dividem espaço com elementos do rock, pop, dance e eletrônica. “Everything Is Boring…” pode ser menos imediato que o antecessor, mas oferece mais descobertas ao longo do tempo.

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E para quem está em São Paulo, domingo é dia de feira de discos na Vila Madalena. Serão mais de 60 vendedores com suas bancas de LPs, CDs, compactos e memorabilia pop. ótima opção de passeio.


Produtor aproxima Amy Winehouse do dubstep
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Fernando Kaida

O produtor de música eletrônica Ifan Dafydd lançou recentemente seu primeiro single, com as músicas “No Good” e “Miranda”.

Quase não há informação disponível sobre quem é Dafydd. O pouco que se sabe dá conta que “No Good” foi tocada pela primeira vez no começo do ano, no programa do DJ Gilles Peterson, na Radio 1 da BBC, que nada disse sobre o artista. Além disso, só especulações de que seria um pseudônimo de James Blake ou um galês amigo do produtor. Nada disso confirmado, como tem sido comum com nomes do dubstep recente, como Hype Williams.

O fato é que “No Good” já é uma das faixas do ano. Traz sample de “You Know I’m no Good”, de Amy Winehouse, sobre uma base quebrada e climática. Para quem gosta de James Blake, Burial e similares, é certeiro.

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O som do computador mágico
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Fernando Kaida

Entre as aulas na universidade e trabalhos como designer gráfico e DJ, a norte-americana Danielle, de 21 anos, resolveu fazer música em sua casa para ocupar o tempo livre.

Assim nasceu o Computer Magic, mais um dos milhares de projetos independentes que em inglês são definidos de maneira perfeita como “bedroom music”, ou seja: música feita por jovens com computadores e instrumentos eletrônicos em seus próprios quartos.

Danielle já lançou dois singles em vinil e formato digital e frequentemente coloca no site do Computer Magic produções novas para download grátis.

Ouça abaixo duas faixas do Computer Magic. A primeira, “The End of Time”, foi lançada recentemente em compacto de vinil. A segunda é uma versão para “(Just Like) Starting Over”, de John Lennon, que pode ser baixada de graça no site do Computer Magic.

Em tempo: o tal computador de Danielle chegou ao fim. A cantora faz em seu blog uma campanha entre os fãs para levantar fundos para poder comprar outro.

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