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Arquivo : dezembro 2011

Louise Rutkowski é o anjo sonhador em canção do projeto Waves on Canvas
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Fernando Kaida

Para o primeiro single do Waves on Canvas, o compositor italiano Stefano Guzzetti convidou a escocesa Louise Rutkowski para assumir o vocal de “Angel”.

A faixa, lançada agora, é o encontro da voz angelical de Rutkowski com a base orquestral delicada e sonhadora criada por Guzzetti. No lado B do single, “Angel” é remixada pelo produtor John Fryer e ganha batidas eletrônicas que tranformam a original em uma espécie de dub apocalíptico.

Waves on Canvas – “Angel”

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A colaboração entre os músicos remete de imediato ao This Mortal Coil, o influente projeto de dream pop e gótico idealizado por Ivo Watts-Russell, dono do selo 4AD, e John Fryer. Entre 1984 e 91, o grupo lançou três álbuns e três EPs. Coincidentemente, a discografia do grupo acaba de ser relançada em uma caixa pela 4AD.

Cada um dos álbuns trazia vocalistas convidadas nas composições próprias e diversos covers que o projeto gravou. Além de Rutkowski, participaram do This Mortal Coil nomes como Elizabeth Fraser, Lisa Gerrard, Kim Deal e Tanya Donelly.

This Mortal Coil – “Tarantula”

Anos depois do This Mortal Coil, Louise Rutkowski cantou no primeiro disco do Hope Blister, também projeto de John Fryer, “Smile’s OK”, de 1998. A partir daí, manteve uma carreira bissexta, com um EP em 2001, uma faixa nova no começo deste ano e agora a colaboração com Stefano Guzzetti.

O álbum do Waves on Canvas deve ser lançado no ano que vem pela Psychonavigation Records e terá a participação de integrantes de bandas como Pale Saints, Xymox e Cluster.

 


Para um Natal melancólico e solitário
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Fernando Kaida

O norte-americano Josh T. Pearson teve seu disco solo “Last of The Country Gentleman” eleito o melhor do ano pela loja inglesa Rough Trade. Em agradecimento, o cantor, ex-integrante do grupo de rock Lift to Experience, gravou um EP natalino exclusivo para quem comprar o álbum solo na loja neste fim de ano.

No EP, Pearson dá sua interpretação melancólica para canções tradicionais, como “Silent Night”, “O Holly Night” e “O Little Town of Bethlehem”. É a trilha perfeita para um Natal solitário.

Josh T. Pearson – “Silent Night”

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“Last of The Country Gentleman” é um dos discos mais tristes e bonitos que ouvi neste ano, pelas letras do compositor, instrumentação das canções e, principalmente, pela maneira de cantar de Josh T. Pearson.  As gravações de Natal são mais cruas, mas seguem a mesma linha.

Josh T. Pearson – “O Little Town of Bethlehem”

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Já que estamos nas trilhas tristes de fim de ano, coloco abaixo uma canção belíssima, do final de 2010. “New Year’s Eve’s The Loneliest Night of The Year” é uma colaboração entre o grupo britânico de folk rock Trembling Bells e o cantor norte-americano Bonnie “Prince” Billy.

Trembling Bells with Bonnie “Prince” Billy – “New Year’s Eve’s The Loneliest Night of The Year”

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E para encerrar o post, uma de minhas favoritas de todos os tempos. A colaboração entre o Pogues e a cantora Kirsty MacColl em “Fairytale of New York”. A imagem que ilustra esse texto é a capa do single, lançado em 1987.


Willy Moon apresenta o rockabilly do futuro no single do ano
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Fernando Kaida

Minha lista de melhores singles do ano já estava pronta para ser publicada aqui no final da semana, até que ouvi a música “I Wanna Be Your Man”, de Willy Moon, lançado hoje na Inglaterra.

O cantor neozelandês de 21 anos, que vive em Londres desde os 18, chegou para ocupar a primeria posição da lista. É o melhor single que ouvi em 2011.

“I Wanna Be Your Man” é o som dos anos 50, de Bo Diddley e Buddy Holly, com a surf music dos 60 e batidas eletrônicas atuais. Uma espécie de rockabilly do futuro.

Ainda estou esperando minha cópia do compacto, mas já dá para ouvir as duas canções do single e se divertir com a performance carismática do jovem cantor.

 

O single de Willy Moon saiu pelo selo independente inglês Luv Luv Luv Records, responsável por outros bons discos neste ano, como os EPs de Jamie N Commons e Spector. Saiba mais sobre a gravadora aqui.


Elephant e a delicadeza discreta de seus singles
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Fernando Kaida

O Elephant surgiu do encontro da francesa Amelia Rivas com o inglês Christian Pinchbeck em maio de 2010.

Baseada em Londres, a dupla vem criando desde então canções pop delicadas a partir de bases eletrônicas, teclado, guitarra e o vocal delicado de Rivas.

O que me atrai no Elephant, além das boas melodias, é o caminho discreto e sem pressa que a banda percorreu em 2011. A dupla lançou o primeiro single, “Ants”, em janeiro. O segundo, “Allured”, chegou em julho. Agora, em meados de novembro, saiu o EP “Assembly”. Cada um deles traz uma bela foto em preto e branco dos integrantes na capa.

Ao todo, foram apenas oito canções em 2011. Mas boas o suficiente e lançadas de modo a fazer do Elephant um nome que me acompanhou pelo últimos 12 meses. Ainda não vi informação sobre o primeiro álbum, mas já é um dos que mais espero para 2012, principalmente se vierem apenas faixas inéditas.

Ouça abaixo uma faixa de cada single do Elephant, em ordem de lançamento pelo selo inglês Memphis Industries.

Elephant – “Ants”

 

Elephant – “Allured”

 

Elephant – “Assembly”

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Canção de integrantes do New Order, Smiths e Pet Shop Boys ganha edit do DJ Greg Wilson
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Fernando Kaida

O DJ e produtor inglês Greg Wilson, veterano dos toca-discos e mago dos edits, remixes e mash-ups há mais de três décadas, liberou na web há alguns dias um edit para a música “Getting Away With It”, do Electronic.

Com mais de 11 minutos de duração, a versão de Wilson é duas vezes mais longa que a original e tem uma introdução viciante e perfeita para as pistas. Ouça abaixo.

Electronic ‘Getting Away With It’ (greg wilson edit) by gregwilson

Lançado no final de 1989, “Getting Away With It” foi o primeiro single do Electronic, grupo formado por Bernard Sumner, do New Order, e Johnny Marr, ex-Smiths. Para colaborar no vocal da faixa, a dupla convidou Neil Tennant, do Pet Shop Boys.

É a melhor música do Electronic, que por sua vez é o melhor projeto paralelo de um integrante do New Order. Veja abaixo o clipe da versão original.


“Tago Mago”, do Can, chega aos 40 como novo e ganha edição com gravações ao vivo
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Fernando Kaida

Em 2011, “Tago Mago”, do Can, completou 40 anos. Para celebrar a data, o álbum foi relançado em CD duplo, com o álbum original remasterizado e um disco extra com gravações ao vivo em 1972.

Lançado em 1971, “Tago Mago” é o terceiro álbum da banda alemã Can e o segundo com o vocalista japonês Damo Suzuki. O disco é um dos pilares do krautrock, estilo da virada dos anos 1960 para os 70 baseado na experimentação e mistura de elementos do rock, jazz, música eletrônica e rock psicodélico.

Confesso que não sou muito de ouvir hoje em dia “discos clássicos” só pela importância que tiveram em determinada época. Não é o caso de “Tago Mago”. Ao voltar a ouvir o álbum neste relançamento, vejo como ele mantém sua originalidade e vigor intactos. Soa hoje tão fresco como imagino que tenha sido na época do lançamento original.

Can – “Mushroom”

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12345564[/uolmais]

 

Muito já foi escrito sobre o disco e o Can, por isso não vou me alongar em mais uma análise. Acho que a melhor definição sobre o álbum está no livro “Krautrocksampler”, lançado em 1995 pelo músico inglês Julian Cope (ex-Teardrop Explodes). Para Cope, “Tago Mago” “soa apenas como ele mesmo”.

Faixas como “Mushroom” e “Halleluhwah” são para mim tão fundamentais quanto qualquer outro clássico manjado do rock. A diferença é que ainda hoje tenho vontade de ouvir essas canções do Can e as coloco para tocar de vez em quando. Já as outras, geralmente  só ouço de novo quando já estão tocando em algum lugar.

Can – “Halleluhwah”

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12345569[/uolmais]

 

O disco extra do relançamento traz apenas três faixas, mas que somam quase 50 minutos de duração. Além das duas citadas no parágrafo acima, há ainda uma versão de quase meia hora de “Spoon”, canção  do álbum seguinte do Can, “Ege Bamyasi”, de 72. Pena que o encarte não traga mais informações sobre as gravações ao vivo, como se saíram de um único show ou o local.

Se você gosta de bandas como The Fall, Stereolab, PiL, Tortoise, LCD Soundsystem e ainda não conhece “Tago Mago”, a oportunidade não poderia ser mais perfeita.

Can – “Spoon” (Live in 1972)

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Aos 22, Jamie N Commons soa como veterano do blues e é aposta para 2012
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Fernando Kaida

Assim que “The Preacher” começa a tocar e o vocal entra, é difícil acreditar que se trata de um cantor de apenas 22 anos.

A faixa faz parte do EP “The Baron”, primeiro lançamento de Jamie N Commons. O inglês passou a infância e começo da adolescência em Chicago, onde foi apresentado ao blues e rock que aparecem agora em suas composições.

A voz grave e a entonação do inglês me fazem pensar em nomes como Tom Waits e Nick Cave, especialmente em “The Preacher”, melhor canção de Jamie N Commons até o momento.

As cinco faixas do EP passam pelo blues arrastado, balada ao piano e blues rock. É um dos discos que mais tenho ouvido nos últimos dias, e mostra que Jamie N Commons é um dos bons nomes para se ficar de olho no ano que vem, quando deve aparecer seu primeiro álbum.

“Now is Not The Time”

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“Hold On”

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12340610[/uolmais]


O Natal punk das japonesas do Shonen Knife
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Fernando Kaida

Com a chegada de dezembro, começam a pipocar os discos natalinos de artistas pop. Um dos lançamentos desta semana é o single do trio japonês Shonen Knife.

As meninas colocam seu punk pop a serviço de Papai Noel em “Sweet Christmas” (que aparece também em versão acústica) e no cover de “We Wish You a Merry Christmas”.

Essa não é a primeira vez que o Shonen Knife se aventura por canções natalinas. “Space Christmas” e “All I Want for Christmas” são outras duas gravações que a banda já fez.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12338662[/uolmais]

 

Além do single de fim de ano, o grupo lançou recentemente um disco em homenagem aos Ramones, uma das principais influências do trio. Em “Osaka Ramones” as garotas tocam clássicos como “Sheena is a Punk Rocker” e “Blitzkrieg Bop”.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12338663[/uolmais]

 

Como já disse no post sobre o She and Him, sou fã das gravações de Natal. Durante o mês vou postar aqui mais alguns lançamentos e gravações mais antigas dedicadas à data.


Cold Specks é a voz sofrida de Al Spx
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Fernando Kaida

Cold Specks é a cantora canadense Al Spx, de 23 anos, agora baseada em Londres e  com o primeiro single solo lançado há pouco.

O que faz o Cold Specks especial é a voz de Spx, que nos leva imediatamente para algum lugar dos Estados Unidos no começo do século 20 assim que começam a tocar “Holland” e “Old Stepstone”.

Inspiradas no blues e gospel norte-americano, as canções são minimalistas, cruas e carregam uma certa tristeza. Algo que a canadense descreve como “doom soul”.

Em “Holland”, Spx é acompanhada por violão, cordas e percussão. Já “Old Stepstone” é apenas a voz de Al Spx, que soa sofrida como uma veterana. E, pelo menos por enquanto, é o que basta para gostar do Cold Specks. Resta esperar pelo primeiro disco.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12337161[/uolmais]

 

A cantora esteve recentemente do programa inglês “Later With Jools Holland”, onde cantou “Old Stepstone” ao vivo.


The Soft Moon faz a trilha da desolação em “Total Decay”
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Fernando Kaida

Um ano depois de lançar o disco de estreia, o The Soft Moon solta o primeiro material inédito desde então, o EP “Total Decay”.

Nas quatro faixas do disco, o projeto do norte-americano Luis Vasquez coloca a desolação do rock gótico de encontro com o ritmo repetitivo do krautrock.

“Repetition”, que abre o disco, traz exatamente o que o título entrega. Uma batida acelerada sem variação sob vocais fantasmagóricos, baixo pesado e efeitos de guitarras e sintetizadores.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12333414[/uolmais]

 

As demais faixas diminuem o ritmo e deixam mais evidentes as raízes oitentistas da banda. O destaque fica por conta de “Alive”, que me faz lembrar de nomes como Sisters of Mercy e The Killing Joke.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12333425[/uolmais]

 

Se você  já fechou sua lista de melhores do ano, vale a pena abrir mais um espaço para “Total Decay”, que chega para encerrar 2011 em clima de pós-apocalipse.