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Arquivo : novembro 2011

Lanterns on The Lake faz música para admirar o crepúsculo
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Fernando Kaida

Imagine que você está sentado à beira de um lago bem na hora do crepúsculo. Consigo pensar em poucos discos que combinem melhor com esse cenário do que a estreia do Lanterns on The Lake.

Em “Gracious Tide, Take me Home”, o sexteto de Newcastle, Inglaterra, cria paisagens sonoras delicadas e carregadas de tristeza a partir do folk e eletrônica ambient.

“Ships in The Rain”, com os vocais etéreos de Hazel Wilde e Adam Sykes acompanhados por violino e teclado é uma das canções mais bonitas que ouvi. Não só neste ano, mas em muitos. E essa é só uma entre as 11 canções de um álbum que não tem pontos fracos. Certamente um dos meus favoritos do ano.

Lanterns on The Lake – “Ships in The Rain”

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Clipe de “Keep on Trying”


Alabama Shakes leva herança musical dos anos 60 e 70 adiante
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Fernando Kaida

O quarteto Alabama Shakes mostra em seu primeiro EP que é descendente legítimo da herança musical de seu estado.

Nas quatro faixas do disco que leva o nome da banda, os integrantes do Alabama Shakes fazem apenas a mistura clássica de rhythm & blues, soul e rock  que deu fama à sonoridade conhecida como Muscle Shoals.

O destaque vai para a interpretação e voz potente da cantora Brittany Howard, que aos 22 anos soa como uma veterana no disco. Imagine um Detroit Cobras ou Dirtbombs sem a pegada punk garageira e mais pop. Esse é o Alabama Shakes.

Localizado no Alabama, Muscle Shoals foi referência nas décadas de 1960 e 70 graças aos estúdios Fame e Muscle Shoals Sound, onde músicos como Wilson Pickett, Aretha Franklin, Rolling Stones e Lynyrd Skynyrd, entre outros, gravaram discos de sucesso.

o Muscle Shoals Sound foi fundado em 1969 por quatro músicos que trabalhavam no Fame. O quarteto conhecido como The Swampers serviu como banda de apoio em diversas gravações e ajudou a moldar essa mistura sonora que popularizou o nome da cidade.

Alabama Shakes – “I Found You”

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Alabama Shakes – “You Ain’t Alone”


Produtor “misterioso” une eletrônica suave e arte em disco de vinil
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Fernando Kaida

Oficialmente, no material de divulgação, Frank Eddie é um produtor misterioso cujo primeiro single, “Let me Be The One You Call On”, acaba de sair.

Mas dá para ligar alguns pontos e saber mais: o disco saiu pelo selo Impotent Fury, de Fred Deakin, metade da dupla inglesa Lemon Jelly. O clipe em animação foi feito pelo estúdio inglês de design Airside, também fundado por Deakin. E Frank Eddie funciona como um anagrama de Fred Deakin.

Além disso, assim como faz o Lemon Jelly nos discos da dupla, o single de Eddie dá o mesmo peso para a música e a arte. A capa elaborada do compacto em vinil é recortada para criar um padrão quando o disco está dentro dela. Veja imagens aqui.

Já as canções, as duas unem uma base eletrônica suave com samples de outras músicas pop para criar o refrão em uma espécie de soft rock eletrônico. Algo que o Lemon Jelly já fez em outros singles limitados. Eu gosto bastante, mas não descobri ainda de onde saíram os samples. Se alguém souber, diga aí nos comentários.

Frank Eddie – “You Got me Singing”

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Clipe de “Let me Be The One You Call On”


Músico australiano faz clipe de animação com mais de 900 lápis
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Fernando Kaida

O músico Hudson, de Melbourne, Austrália, lançou no final da semana passada o clipe da música “Against The Grain”. A canção é um folk pop certinho que não incomoda, mas também não deixa saudade quando termina.

Já o clipe, esse vale ser visto repetidas vezes. A animação feita com a técnica stop motion utilizou 920 lápis.

Hudson – “Against The Grain”

 

Tem também um making of do processo.


Replicas: Garotas inglesas fazem boa estreia com canções melancólicas
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Fernando Kaida

Replicas é o nome escolhido pelas inglesas Helena Gee (vocal/guitarra) e Ashiya Eastwood (vocal/guitarra/teclado) para batizar o grupo que acaba de lançar o primeiro single.

Ao se ouvir as três faixas de “Hearts Beat”, é difícil não pensar que a escolha do nome tenha a ver com a direção musical das garotas. As faixas reproduzem a sonoridade desolada do pós-punk, gótico e synth pop do começo dos anos 80, com produção simples, propositalmente crua. Quando ouvi o single, pensei logo em “réplicas” de Siouxsie (pela interpretação, não o timbre de voz) e Pink Industry.

“Heart Beat” e “The City” são quase vazias na instrumentação, com espaços que poderiam estar ocupados por outros instrumentos, mas nada faz falta além do que está gravado. O pop arrastado da dupla fica completo com a interpretação melancólica das jovens inglesas.

Em “You Disappear”, a dupla acelera o ritmo da bateria eletrônica, aumenta a presença do teclado e faz uma canção dançante sem perder a melancolia das outras faixas. Um tanto depressivo, o single é uma bela estreia para uma banda formada há apenas um ano por essas duas meninas.

Ouça abaixo a faixa “The City”.

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A dupla colocou na internet mais uma canção que não está no single; veja o clipe de “Boy”.


Entre no mundo do Chap, “o mais interessante fracasso do pop”
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Fernando Kaida

A banda inglesa The Chap lança neste mês sua primeira compilação, com o irônico título “We Are The Best”. É uma boa oportunidade para falar de uma banda que, para mim, deveria ser bem mais conhecida do que é.

“We Are The Best” reúne material lançado pelo The Chap em quatro álbuns e diversos singles e EPs desde o começo de 2002, além de uma faixa inédita, “Campain Trail”. É uma espécie de resumo dos 10 anos do grupo que se define como “o mais interessante fracasso na história do pop”.

A combinação de melodias assobiáveis com elementos que causam estranheza no ouvinte sempre me fazem colocar o Chap como uma espécie de herdeiro do Devo. Não é um experimentalismo gratuito, que entra apenas para parecer moderno ou diferente. Tudo se complementa em canções pop para se ouvir com atenção.

“We Are The Best” reúne algumas das faixas mais representativas do Chap, muitas delas com potencial para ser hit –se o mundo fosse mais justo– como “We Work in Bars”, “I Am Oozing Emotion”, “Courage and Modesty”, “Fun and Interesting” e “Remember Elvis”. É a melhor porta de entrada para o universo criado até agora pelo quarteto de Londres.

Assim, no começo de 2012, quando chegar às lojas o próximo álbum de inéditas, apropriadamente batizado como “We Are Nobody”, você estará pronto para encontrar uma faceta nova. Os músicos já avisaram no site do grupo que o disco será pop, simples e desprovido de ironia. Uma mudança e tanto para esta grande banda.

The Chap – “I Am Oozing Emotion”

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The Chap – “Campain Trail”

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The Chap – “Fun and Interesting”


Mexicano Rebolledo coloca sabor novo e calor em eletrônica oitentista com “Super Vato”
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Fernando Kaida

O Cómeme, fundado pelos produtores Matias Aguayo e Gary Pimiento, é meu selo favorito de música eletrônica hoje. Não por acaso, dois artistas do catálogo da gravadora, Daniel Maloso e Rebolledo, são responsáveis por duas das faixas que mais ouvi nos último ano: “Discoteca Cavernícola” e “Amigos Cómeme”, respectivamente.

Depois de alguns singles, o mexicano Rebolledo lançou agora pelo Cómeme seu primeiro álbum, “Super Vato”, no qual cria uma fórmula simples para misturar elementos e temperaturas de diferentes estilos dançantes, entre eles os “frios” synthpop, EBM e tecno, e os “quentes” funk e música latina. A sonoridade da eletrônica mais pesada dos anos 80 aparece por todo o disco, em batidas e timbres de teclados, mas sem soar como mera emulação do que foi feito antes. Rebolledo é um dos poucos que conseguem modernizar essas influências deixando-as realmente com um sabor novo.

Para o álbum, o produtor contou com a colaboração de amigos da Cómeme, como Aguayo, Diegors e Phillip Gorbachev, em diversas faixas, o que também faz de “Super Vato” um bom cartão de visita ao universo do selo.

A variedade de ritmos e melodias em músicas como “Positivismo”, Super Vatos”, “Steady Gear Rebo Maschine”, “La Pena” e “Corvette Ninja” tornam o disco mais interessante a cada vez que o coloco para tocar. Não é algo que acontece com muita frequência com álbuns de eletrônica de um único artista, já que normalmente prefiro os singles.

Ouça duas faixas de “Super Vato”.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12264311[/uolmais]

 

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12264313[/uolmais]

 

Abaixo, dois clipes de singles anteriores de Rebolledo.

“Pitaya Frenesí”

“Guerrero”


Um bom pop rock por vez, Spector entrega o que você quer
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Fernando Kaida

 

Você, você, você quer uma boa canção pop rock? A banda nova Spector entrega, uma faixa por vez, e  vem conquistando mais espaço.

Depois do primeiro single, “Never Fade Away”, de junho deste ano, o grupo inglês lançou o segundo, “What You Wanted”, em meados de setembro. Cada single traz apenas uma música, sem lado B.

Pode ser apenas uma estratégia comercial, mas prefiro acreditar que o Spector concentra esforços no que tem de melhor para mostrar a cada vez, o que é cada vez mais raro.

E a música? “What You Wanted” é um pop rock que não traz novidade, mas tem o necessário para viciar em poucas audições: boa melodia, batida animada e refrão cantado a plenos pulmões em três minutos de duração. O que mais você pode querer de uma boa canção pop?

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12261576[/uolmais]

 

O terceiro single, “Grey Shirt & Tie”, que sai em dezembro pelo selo Luv Luv Luv Records, também vem apenas com uma música em compacto de vinil com uma capa especial, que funciona como uma espécie de moldura para a foto do encarte.

Veja o clipe de “Grey Shirt & Tie”.


A banda nova mais velha de 2011
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Fernando Kaida

Mais um nome a embarcar na onda retrô, o Bandana Splits vai fundo no som e estética das décadas de 1950 e 60 no disco “Mr. Sam Presents the Bandana Splits”.

O clipe do single “Sometimes”, que pode ser visto abaixo, é feito para parecer que tem uns 50 anos, mas não chega a um.

Formado no Brooklyn, Nova York, por Annie Nero, Dawn Landes e Lauren Balthrop, o trio traz para 2011 o pop adolescente repleto de harmonias vocais que deve ter embalado a juventude dos pais das garotas. Andrew Sisters, The Ronettes, The Caravelles e as produções para girl groups de Phil Spector são as principais influências das meninas.

O álbum tem bons momentos, como em “Sometimes”, “Ricky Dee” e “You Don’t Have to be a Baby to Cry”, mas no geral soa irregular, principalmente em tentativas de fazer pop francês e bossa nova de gringo, como em “Hold On”, que tem letra em protuguês.

É o tipo de grupo que funciona bem em canções soltas, mas a graça perde força quando 10, 12 músicas são reunidas em um disco.  Há alguns anos, as Pipettes ganharam espaço por seus singles, visual e coreografias chupadas dos anos 60, mas depois do primeiro disco, as cantoras cansaram da brincadeira.


Dez covers em vozes femininas
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Fernando Kaida

É hora de mais um mix no Pop Link. Desta vez, dez covers gravados só por cantoras e bandas com mulheres nos vocais. Ouça no player e saiba mais sobre cada uma das faixas.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12256673[/uolmais]

 

“Blue Monday” – Hannah Peel
A inglesa Hannah Peel utiliza o mecanismo de uma caixa de música como base para versões de hits dos anos 80, como esse do New Order, presentes no EP “Rebox”.

“Soul on Fire” – Ema
Versão da cantora norte-americana de pop rock para a faixa do primeiro disco do cantor Danzig, de 1988.

“Rock On” – Love Inks
Cover minimalista para o sucesso do soft rock setentista gravado por David Essex. Está no primeiro disco do Love Inks, “E.S.P.”.

“Monkey Man” – Amy Winehouse
Amy Winehouse canta o clássico do grupo de ska e reggae Toots & The Maytals. Incluída no EP pirata de Amy, “The Ska Covers”.

“Chapel of Love” – Lorna Bennett
O r&b pop do trio Dixies Cups transformado em balada reggae pela cantora jamaicana Lorna Bennett. Gravação tirada da ótima compilação dupla “Melody Life: Trojan Sisters”.

“You Know I’m no Good” – Wanda Jackson
A rainha da música country canta o sucesso de Amy Winehouse, lançado pela Third Man Records, de Jack White.

“Big River” – The Secret Sisters
Mais uma da Third Man, a dupla norte-americana Secret Sisters e Jack White se unem para uma versão cheia de peso para um dos clássicos de Johnny Cash.

“Wheel’s on Fire” – Siouxsie and The Banshees
Siouxsie and The Banshees em uma interpretação oitentista para a música de Bob Dylan e The Band.

“There is a Light That Never Goes Out” – Dum Dum Girls
Dee Dee e suas companheiras de banda prestam homenagem a uma de suas maiores influências, os Smiths.

“Great Balls of Fire” – The 5, 6, 7, 8’s
O trio japonês de garotas roqueiras leva Jerry Lee Lewis para o oriente. O cover foi lançado em compacto de vinil dentro do serviço de assinatura “The Vault”, da Third Man.